Perguntar-vos, quero por Deus,
Senhora que fizeste mulher que me sangra o peito,
Mesurada e bem prendada,
nunca imaginavas o tormento que
me causas.
Que pecados foram os meus?
Que nunca me tevês por bom,
Que nunca me fizeste um bem?
Entretanto, sempre aos teus pés soube te amar,
Desde os primórdios que a vi,
mais que meus olhos podiam
sentir,
E assim, Deus, quis me orientar
por quem nunca me destes
um bem,
Nunca me vistes como bom.
Desde os primórdios que a vi,
sempre o amor maior te
desprendi,
Mais do que pudesses suportar,
mais do que tu pudesses
querer.
Eu te desejei com todo meu ardor e poder,
E espero que os deuses do amor te tragam para meu prazer.
Suspiras um clamor de desejo ardente,
Mas se enveredas por caminhos inatingíveis.
Senhora, que no amor me faz vencido,
Que me tinges a alma da cor da ternura,
E me eleva à êxtase da paixão com seu olhar volúvel e
sutil.
Senhora, que me enganas que domino,
mas que não passo de
cordeiro.
Me fazes sorrir, me fazes chorar e mesmo assim se afasta
para não me amar.
Mulher, que se inflama em meus sonhos,
E me acorda em pesadelos de erotismo.
Dama que me sugas todas as forças e me põem ao bagaço,
Me deixa sem traços e não se demora em se esvair.
Senhora, eu me procuro em mim,
mas sei que só estou em
ti,
E sei que também não me queres até o fim.
Sei que seu amor me é inatingível,
que por ser proibido
fechou-se enfim.
Até a próxima,
Carlos
de Carvalho