“Não importa o que fizeram com você,
o que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”.
Vamos aproveitar a maldade que nos
fazem e plantemos nosso jardim.
Sem jardim não tem primavera, nem
tem flores...
As folhas não forram nossas
calçadas,
Tudo foge de mim como as borboletas
fogem do capim.
Tem momentos que sou assim, meio
longe e meio sem fim,
Momentos que parecem o fundo da
caverna,
Onde me escondo e não quero nada
daqui nem dali,
Quero a solidão das palavras e o
murmúrio da boca fechada,
Nem sempre o ideal é ficar ao meu
lado...
A revolta pode se revoltar contra
você, fique longe de mim,
Não quero sentir a salvação nesse
momento, o ódio tomou conta de tudo.
À distância me distancia do que
quero que não fique a distância,
Não quero explicar nada a ninguém
nem peço que ninguém me explique nada,
Tem coisas que não precisam de
palavras, só do silêncio conveniente...
Viver sem propósito é fugir da
responsabilidade que o universo me propôs,
E propor na covardia que nada
aconteça que me tire da caminhada,
É querer que tudo seja desigual ao
meu destino, que tudo fuja ao que é certo.
Sem mais apreço, não tenho mais
interesse no seu preço,
Não preciso mais que me reconheça,
minha presença não é mais a preferida.
Estou certo que a vida cobra muito
mais caro do que quero pagar,
Ou do que posso pagar sem ao menos
saber se tenho o valor,
Muita revolta nem sempre precisa de
um motivo aparente.
Só quer mostrar que preciso agir de
alguma forma diferente,
Que quero ser ouvido, reconhecido,
restabelecido.
Só quer que eu viva mais em mais corações dispersos.
Que eu seja grande dentro da minha
pequenez,
Seja gigante diante da minha
inutilidade e insensatez,
Meu mundo tem que ser menos imundo e
mais sobre o mundo,
Tento ser alguém numa sociedade que
não reconhece a ninguém,
Tento ser e só consigo pensar em
ter... Mais e sempre muito mais.
Pode esperar que minha guerra só começou,
Não adianta se dissipar, do velho
sonho quero despertar,
Sem magoas quero a paz encontrar,
E sem dizer nada não tenho tempo
para acabar...
Acabou.
Carlos de Carvalho- 20/06/2014