terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tem dia que dá uma volta... Ou reviravolta.


Vou me enganar depois de tudo mais uma vez,
Dizendo que te amo mesmo que penses às vezes ser diferente.
 Como se não te amasse sempre, com fervor e displicência.
Vou fingir que sofro iludindo nossa  alegria,
Vou te querer por perto, mesmo que queira ficar longe.
Minha mão busca a sua e não consegue pegá-la,
Que pesadelo não te senti-la tão perto.

 Há quem duvide, mas a amo por todo o mundo!
Algumas vezes eu a amo ter  muito de perto,
Outros momentos eu te amo…  sem  evitar,
Outros eu  amo bem longe de tudo que me deixa de longe…
 E tem aqueles olhares que eu amaria nunca ter percebido.
Às vezes éramos sem começo, perdidos...
Às vezes sem meio, sem fim, sem rumo.
Enfim, sem solução, sem motivo, sem ação.
Amamos somente pelo prazer de amar.

Eu gosto de você sempre mesmo assim,
Porque gostar nem sempre faz sentido para mim.
Eu não faço a menor ideia por que te querer tanto assim
Nem consigo pensar em como esperar você me querer tanto.
Porque se eu esperar muito, talvez você não me queira esperando.

Amar dói tanto uma dor que não dói mais em sentimento,
 Como toda dor que de tão insuportável produz anestesia própria.
Cicatriza a alma não mais fere o coração.
Não suaviza o sofrimento, mas caleja a alma.
Não cumpre o combinado e foge  do acordado.

Tenho em ti o que procuro em mim,
Amo em ver-te próximo bem perto daqui,
No meu peito, seu rosto repousa enfim.
Quero sempre bem perto seu amor sempre aqui..


(Carlos de Carvalho-21-06-14)

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Apaixonados

Qualquer dia desses nos apaixonamos.

Nos entregamos até sem querer se entregar.

Nos beijamos como que por impulso.

Sem razão ou questão, apenas nos queremos.

Apenas queremos sentir o que o outro sente.

Quando nos apaixonarmos e a razão pedir para desistir...

E o coração insistir para que lute, para que ame...

Lute pelo seu amor, ame sem pudor, se entregue.

Atenda ao coração pois é ele quem bate para você existir...

E não a razão,

E não há razão para querer fugir, é inútil.

Entre o sorriso e o sonho existe um encantamento,

Nesse encantamento surge um espaço chamado felicidade.

E para que a felicidade se torne realidade...

Eu preciso sempre estar ao seu lado, te sentindo, te amando.

Te sorrindo e te buscando. te querendo sempre.

O meu sorriso é a manifestação dos meus lábios ,

Quando meus olhos encontram o que meu coração procura...

Você.

Ti amo.


Carlos de Carvalho

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Não importa o que fizeram com você



Boa noite galera,


Bom mesmo é o que diz Sartre

“Não importa o que fizeram com você, o que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você”.

Vamos aproveitar a maldade que nos fazem e plantemos nosso jardim.
Sem jardim não tem primavera, nem tem flores...
As folhas não forram nossas calçadas,
Tudo foge de mim como as borboletas fogem do capim.
Tem momentos que sou assim, meio longe e meio sem fim,

Momentos que parecem o fundo da caverna,
Onde me escondo e não quero nada daqui nem dali,
Quero a solidão das palavras e o murmúrio da boca fechada,
Nem sempre o ideal é ficar ao meu lado...
A revolta pode se revoltar contra você, fique longe de mim,
Não quero sentir a salvação nesse momento, o ódio tomou conta de tudo.

À distância me distancia do que quero que não fique a distância,
Não quero explicar nada a ninguém nem peço que ninguém me explique nada,
Tem coisas que não precisam de palavras, só do silêncio conveniente...
Viver sem propósito é fugir da responsabilidade que o universo me propôs,
E propor na covardia que nada aconteça que me tire da caminhada,
É querer que tudo seja desigual ao meu destino, que tudo fuja ao que é certo.
Sem mais apreço, não tenho mais interesse no seu preço,
Não preciso mais que me reconheça, minha presença não é mais a preferida.
Estou certo que a vida cobra muito mais caro do que quero pagar,
Ou do que posso pagar sem ao menos saber se tenho o valor,

Muita revolta nem sempre precisa de um motivo aparente.
Só quer mostrar que preciso agir de alguma forma diferente,
Que quer ser ouvido, reconhecido, restabelecido.

Só quer que eu  viva mais em mais corações dispersos.
Que eu seja grande dentro da minha pequenez,
Seja gigante diante da minha inutilidade e insensatez,
Meu mundo tem que ser menos imundo e mais sobre o mundo,

Tento ser alguém numa sociedade que não reconhece a ninguém,
Tento ser e só consigo pensar em ter... Mais e sempre muito mais.
Pode esperar que minha  guerra só começou,
Não adianta se dissipar, do velho sonho quero despertar,
Sem magoas quero a paz encontrar,
E sem dizer nada não tenho tempo para acabar...
Acabou.


Até a próxima,

Carlos de Carvalho- 20/06/2014

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Desejo no ar


Uma fragrância de desejo no ar
Um cheiro de sedução me toma
Uma investida na intimidade
Uma vontade imensa de ter você.
Quanta vontade vem à tona
Quando, sem pensar, sinto seu perfume.
Sem perceber me lembrei do seu sorriso
Sinto o toque dos seus dedos
A me acariciar em minha volúpia
Quero te tocar, sentir sua seiva.
Vai delirar em frases e em fases
Vai me querer até o fim.
Tudo acontece quando queremos acontecer
Sentimos a presença de uma magia indescritível
No êxtase do gozo que a carne necessita
Que a alma exige e implora
Vamos deliciar juntos nesse momento
O aconchego do cansaço afetivo
Vamos acolher um ao outro
Nesse momento tão sublime...
Da existência do amor...

Da existência da paixão.

Até a próxima

Carlos de Carvalho

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Mundo Moderno


O automóvel colidiu, amassou, se inutilizou,
O jovem saiu... Caiu... Ficou imóvel... Ninguém ligou.
O resgate chegou, mas demorou,
No hospital chegou atrasado... Estava lotado.
Foi transferido para o velório, igual a todos os mortos ficou calado,
Todos se calaram... Alguns choraram... Poucos se lamentaram.
Tudo voltou ao normal esperando o próximo para ser velado.

Uma mulher acordou sorridente...
Contente foi passear, no passeio foi emboscada,
Foi ofendida e ultrajada nas suas entranhas...
Foi violada na sua intimidade.
Foi sufocada na sua dignidade...
Roubaram lhe a paz, foi estuprada... Violentada.
Chorou, pediu justiça, mas o mundo até isso lhe negou,
Voltou à vida da rotina, sacudiu a poeira e nunca mais passeou.
No seu mundo se trancou... Negou-se a enlouquecer...
Deu fim a sua vergonha, apenas se matou...
Ninguém mais noticiou.

Um menino sonhava e empinava sua pipa,
Não percebeu a bala perdida...
Mudou de vida... Talvez a eterna,
Nunca mais se mexeu, nem uma lágrima saia.
Naquele dia morreu com uma lata na mão,
Roubaram lhe a pipa,a linha, a infância e a vida.
No céu não tem vento, também não tem sonhos,
Não importa mais, não precisara mais imaginar...
Que a pipa no ar é seu sonho de voar...
Agora é um anjo e nem uma esperança pôde deixar.


Um homem bêbado desabou na calçada...
Afogado na angústia e na tristeza da humilhação.
Foi atropelado sem escrúpulo por poderoso tubarão,
E ainda foi culpado pelo ocorrido, quem mandou estar ali?
O que ninguém sabe é que a bebedeira é consequência...
Não é causa menos corriqueira que foge da incidência.
Bebeu por vergonha de si mesmo...
Para esquecer que a dignidade lhe escapou,
No salário que não lhe convêm...
Na sociedade que não lhe quer bem...
Nos céus que não mais acredita...
Na vida que não tem mais sentido...
Morreu sozinho, afogado na sua agonia.
Se sobrevivesse não seria julgado inocente,
Se não bebesse não morreria inutilmente,
Preferiu assim à viver indignamente.

Na modernidade a individualidade é normal e aceita.
Não se importam com nada e com ninguém.
Onde está a humanidade tanto querida e pregada?
Onde está o amor?
Talvez preso no orgulho, talvez preso na discórdia.
Talvez acorrentado na angústia de ser moderno.
Não quero mais ser da moda...
Quero viver na simplicidade...
E amar mais a humanidade.

Até a próxima


(Carlos de Carvalho-24/06/14)

quarta-feira, 16 de julho de 2014

O valor do silêncio




Tem certos momentos na vida que o desejo maior é a solidão.
Gosto de fechar os olhos para não ver a requisição do seu olhar.
Que às vezes fere impetuoso o sentido da alma no vazio do silêncio.

È maravilhoso quando se pode calar a boca.
Sem se preocupar com a ausência das palavras.
 Ás vezes, no encalço da vida as palavras não dizem nada.
E em certos momentos fere os sentimentos de quem ouve.

O silêncio provoca a imaginação.
 Parece que é algo metafísico.
É bom senti-lo criativo bem fundo no coração.
Deixar soltar a voz do silêncio é entrar em estase na emoção.

Muitas vezes estou ermo, mas nunca solitário.
Tenho meus sonhos como companhia.
De madrugada busco minha quintessência.
Fecho os olhos, calo a boca e as bocas ao redor.
A busca se torna subjetiva, objetiva, sem decência.

Ouço apenas o tilintar do silencio.
Parece uma música dos céus.
Anjos que cantam melodias que alegram a alma.
O silêncio se mistura com essa música numa sinfonia de pensamentos.
A música se distrai numa dança descomunal.
Cantam e dançam em harmonia com meus desejos.

Alguém bate à porta, alguém precisa de atenção.
Tenho que voltar a vida... A realidade prevista.
Tudo é normal de novo, não tenho outra saída.
Espero de novo por outra madrugada.
E no silêncio voltar à vida.

                                
Até a próxima, 

Carlos de Carvalho




terça-feira, 8 de julho de 2014

Faz de mim


Faz de mim sua melodia preferida.

Seu cálice de vinho mais raro.

Seu brilho do farol na enseada mais escura.

Faz de mim seu manto num dia de frio.

Seu encanto numa manhã de primavera.

Sua inspiração numa noite de angústia.
Faz de mim o sabor do seu veneno.

O deus do seu sustento.

A espada da sua vingança.

Faz de mim o som de tua voz.

A lembrança do seu amor não vivido.

A espera já a muito esquecida.
Faz de mim a imagem do seu olhar.
O branco do seu sorriso.

O tema de sua prosa.

Faz de mim o seu segredo desvendado.

O seu martírio consagrado.

O seu gesto de toda ternura.

Faz de mim seu bem querer.
O seu bem viver.

Faz de mim o que eu faço de você.
Amor.


Até a próxima

Carlos de Carvalho




quarta-feira, 2 de julho de 2014

Próximo de mim




Quero agora viver em causa própria,
Sentir o que não pode mais ser sentido.
Quero ganhar o que antes já perdera,
Eu sei que as vezes quero ser o que a vezes não posso ser.
Ser alguém que já perdeu a chance de tornar-se ser,
Buscar a réplica de um argumento falido,
Cantar um refrão já por muito tempo esquecido,
As vezes quero ouvir a voz do coração,
Mas o coração já não dialoga somente se submete.
Somente enlouquece, somente se apavora.

O tempo já não é mais o remédio,
O remédio agora é veneno, me dilacera.
O que mais posso dizer, se ninguém mais me escuta?
Onde está a minha voz, onde está meu bom senso?
Quero uma trégua paterna, eterna, subalterna...

Vou infligir às leis, quero a prisão,
A prisão do seu coração, a prisão da liberdade imposta.
Quero o vento tocando meu rosto,
Quero o inesperado de um encontro não marcado,
Quero curtir a mágoa por ter amado,
Quero a alegria de ter vivido a triste perda,
Quero te encontrar num sonho a cada piscar de olhos,
Quero a paixão batendo a minha porta,
 Ilusão, não quero mais por aí perdida,
Quem tem que se perder, somos nós...
Perdendo- nos, talvez nos encontremos.

Você é a mulher que sempre preciso,
Você é o  amor que sempre me atraí,
Que não me traí, que sempre me busca,
Você é a razão do meu caos,
Faz-me  sentir perdido por vontade,
Coloca-me de encontro ao nosso objetivo,
Provoca-me uma força capaz de remover cada pedra do caminho.

Fique sempre ao meu lado, a minha frente, acima, abaixo...
Mas não saía de perto da minha vontade de te ter para sempre.
                                     
 Até a próxima
Carlos de Carvalho

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Liberdade de mudança de opinião





 Eu calço é 37
Meu pai me dá 36
Dói, mas no dia seguinte
Aperto meu pé outra vez
Eu aperto meu pé outra vez
(Raul Seixas- Sapato 36).

As vezes fico imaginando quantos sapatos apertados usamos no decorrer de nossa vida, quantas vezes temos que apertar o pé em algum sapato que não queremos, não gostamos e não estamos afim de usar...porem acabamos sempre usando, mesmo que por pouco tempo.

Sempre tem alguém que quer impor suas próprias vontades em detrimento da nossa, e por que será que aceitamos? Por que será que não reagimos da forma que queríamos reagir, por que será que engolimos tantos sapos. Por que será que na vida a maioria das coisas são impostas independente da nossa vontade?

Por que cargas dágua você acha  que tem o direito de afogar tudo aquilo que sinto em meu peito” ( Raul Seixas) , por que sentimos a sensação que somos donos de alguém e que sempre alguém deveria ser dono da gente? 

A liberdade está em sermos sempre o que queremos ser, de tomarmos nossas próprias decisões, de seguirmos pelos caminhos que escolhermos, de escutar quem merece ser escutado por nós, de falar com quem fala nossa mesma língua...

Pai eu já tô crescidinho
Pague prá ver, que eu aposto
Vou escolher meu sapato
E andar do jeito que eu gosto
E andar do jeito que eu gosto.”

Me lembro quando eu era criança, lá pelos meus onze ou doze anos, isso mesmo, naquela época nessa idade ainda éramos crianças, inocentes, puras e bestas, eu já queria colocar meus próprios sapatos, tomar algumas de minhas próprias decisões, sentir o que queria sentir, mas ...tinha que seguir as regras, tinha que seguir os conselhos de quem nem sabia viver direito ainda, pois quem sabe viver, vive melhor, sofre menos, e o que eu assistia era muito sofrimento, físico e psicológico, ou seja, como alguém pode dizer como outro deve fazer se nem mesmo ele sabe como agir?

“Você só vai ter o respeito que quer, Na realidade
No dia em que você souber respeitar, A minha vontade.”

Respeitar a minha vontade era a frase mais  escutada pelos pais e responsáveis, éramos revoltados com tudo e com todos, não entendíamos o que nossos pais queriam de nós, não sabíamos exatamente o que seria de nós se fizermos diferente do que eles queriam que fizéssemos, curtíamos a vida da maneira que achávamos que era legal, que era divertido.

“Pai já tô indo-me embora
Quero partir sem brigar
Pois eu já escolhi meu sapato
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar
Que não vai mais me apertar.”



Um dia resolvemos calçar nosso sapato sem apertar, andar solto pela vida, viver as aventuras que a vida nos prepara, amar as pessoas simplesmente por amar, sem cobrança, sem condição, e até sem reciprocidade. Resolvemos que andar com sapatos folgados ou até descalços, era a solução para nossa felicidade, para  resolver nossos traumas, para aprendermos o que realmente é bom e nos faz felizes...

Mas aí parece que sentimos falta daquilo que antes era nossa maior revolta, sentimos falta de alguém que nos ensine, que nos direcione, que diga onde está o certo e onde está o errado, até aprendermos o grande dom do discernimento sofremos barbaridades da vida que em sã consciência não queríamos nunca ter passado. Vem a tona toda aquela sabedoria que os mais vividos sempre demonstraram e que nunca valorizamos, que nunca demos o devido crédito, vem em nosso pensamento aqueles conselhos que julgamos desnecessários e que agora fazem sentido.

A vida as vezes parece ser injusta, ensina coisas que parece que deveriam ser ensinada antes, que deveriam ter sido nos apresentada de forma diferente e com mais clareza, mas será que isso não foi o que aconteceu? Será que nossos pais também de alguma forma não passaram pelas mesmas dificuldades que passamos quando não os ouvíamos , será que seus país também não quiseram passar para eles todo o ensinamento necessário para que a vida fosse mais bela?
Hoje, depois que a vida deu as suas lições, parece que entendo mais as situações que, devido as circunstâncias, foram do jeito que foram. Hoje sei discernir melhor o que devo e o que não devo fazer , hoje sei quando devo lutar ou simplesmente me calar, pois tem coisas que não vale a pena nosso esforço, hoje quando aconselho alguém que amo e não sou ouvido nem levo em consideração, pois sei que é assim mesmo e cada um tem seu dia certo para crescer e dar seu grito de liberdade, vai sofrer, mas faz parte da evolução de cada um. Hoje quando vejo alguém tomando uma decisão que a meu ver já sei onde vai dar, nem me preocupo muito, pois sei que mais cedo ou mais tarde o aprendizado pelo sofrimento será inevitável e tudo se tornará melhor.

Só sei que um conselho nunca é demais ouvir, aprenda com seus pais, por que a vida nem sempre dá uma segunda chance de aprender.

Até a próxima,

Carlos de Carvalho